Se dentro dos tatames, o judô gaúcho tem se destacado nos últimos anos, ali logo ao lado uma figura sempre fez parte deste processo: Antônio Carlos Pereira, o Kiko. Um dos responsáveis pelas principais conquistas da Sogipa nos últimos anos foi reconhecido pelo Comitê Olímpico do Brasil e receberá o título de melhor treinador do país em 2017.
A honraria que Kiko receberá na próxima semana também será entregue a outros grandes do esporte nacional: o técnico da Seleção Feminina de Vôlei, José Roberto Guimarães, e para Mario Tsutsui, da Confederação Brasileira de Judô.
De acordo com o COB, o prêmio é um reconhecimento ao trabalho feito com a bicampeã mundial Mayra Aguiar. Mayra, por sinal, está concorrendo ao Prêmio Brasil Olímpico como a melhor do ano, pelas conquistas de 2017.
Formado em Educação Física na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Kiko é treinador da Sogipa há 30 anos. Também foi atleta do clube, mas percebeu que o seu futuro estava na beira do tatame, e não dentro dele, logo cedo.
Na trajetória como técnico, há um marco importante: a conquista da medalha de ouro no Mundial de 2005 no Cairo por João Derly. Segundo ele, o título do pupilo abriu o caminho para as seguintes. “Tínhamos uma estrutura semiamadora. Eu fazia praticamente tudo. Era técnico, psicólogo e preparador físico. Os recursos eram escassos, mas fomos lá e fizemos. Isso mudou tudo”, destacou.
De acordo com ele, após a conquista, a Sogipa passou a atrair atletas do Brasil inteiro, como Tiago Camilo, que mudou-se para Porto Alegre em 2006 e, um ano depois, também foi campeão mundial. A partir desta época, o clube organizou-se para atrair investidores, mostrando que apoiar o esporte era um excelente negócio para as empresas. “Houve uma organização da busca por patrocinadores. Daí, além dos resultados, passamos a contar com um pouco mais de dinheiro. E isso faz o bolo todo crescer”, contou Kiko.
Então, abriu-se espaço para o descobrimento de novos talentos, como Mayra Aguiar, e a chegada de mais atletas de outros lugares. Alguns já consagrados, com Érika Miranda, outros em busca de desenvolvimento, como Leonardo Gonçalves. Os resultados continuaram crescendo com mais medalhas em Campeonatos Mundiais e as medalhas olímpicas. “Olhando para trás, nem acredito em tudo que foi feito. Mas é mérito de todos. Dos atletas, do clube, que incentivou e deu a estrutura, e de todos que trabalham comigo”, destacou.
“Acho que o COB me homenageando, está homenageando a todos os clubes formadores de atletas olímpicos do Brasil”, concluiu o sensei.
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