Judô propicia dia inesquecível para o Brasil em Paris

Com duas chances, duas medalhas. Assim foi o segundo dia do judô brasileiro na disputa dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Enquanto Willian Lima (66kg) levou o Brasil a uma final, conquistando a prata, Larissa Pimenta (52kg) faturou a medalha de bronze, derrotando a atual campeã mundial no confronto que valia o pódio.

Com os resultados deste domingo, o judô ampliou a sua marca como modalidade que mais conquistou medalhas olímpicas para o Brasil. Agora são 26!

Daniel Cargnin (73kg) e Rafaela Silva (57kg) vão para o tatame tentar aumentar ainda mais essa liderança. As preliminares começam às 5h no horário de Brasília. Ambos tentam voltar ao pódio olímpico: enquanto Daniel foi bronze em Tóquio, Rafaela levou o ouro na edição anterior, no Rio. Os confrontos de judô em Paris vão até o próximo sábado.

A prata de Willian

Willian estreou em Paris com uma bela vitória sobre Sardor Nurillaev, do Uzbequistão, projetando o adversário a seis segundos do final do combate. Com o waza-ari, avançou às oitavas-de-final, onde superou Serdar Rahimov, do Turcomenistão, nas punições (3-0).

Nas quartas, encarou o judoca da Mongólia, Bashkuu Yondonpenrelei, e manteve o bom rendimento. Atacou com técnicas de pernas, impondo volume, e defendeu-se dos fortes ataques do mongol no chão. A luta foi tão intensa que o brasileiro chegou a perder uma de suas lentes de contato. Mas, mostrou habilidade até nisso, e conseguiu recolocar a lente no olho, seguindo no combate.

O mongol já demonstrava certo desgaste físico e precisou parar a luta para receber atendimento médico para conter um sangramento no rosto. Era o que o brasileiro precisava para recuperar a concentração e, logo no retorno, abraçou e projetou Yondonpenrelei de costas ao chão. Waza-ari e semifinal para Willian Lima.

Na penúltima luta do dia, o brasileiro enfrentou o cazaque Gusman Kyrgysbayev e foi para cima. Enfileirou técnicas e forçou duas punições ao adversário. Kyrgysbayev precisou responder, mas não teve sucesso. Na ânsia de forçar o terceiro shido, Willian acabou sendo punido por falsas entradas e a luta foi para o golden score com o placar cheio de punições. O cazaque continuou contra a parede com bons ataques de Willian, que encaixou uma projeção perfeita e garantiu-se na final olímpica no melhor estilo. Ipponzaço.

Na grande final, Willian encarou o japonês Hifumi Abe, campeão olímpico em Tóquio 2020. O brasileiro conseguiu encaixar algumas entradas, mas Abe levou a melhor na efetividade e o projetou em dois waza-ari, marcando o ippon e ganhando a luta.

O bronze de Larissa

Larissa estreou com vitória segura por ippon ao finalizar Djamila Silva, de Cabo Verde, com uma chave de braço. Nas oitavas, ela dominou a britânica Chelsea Giles com uma pegada forte na manga direita da adversária e defendeu-se bem no chão, ponto forte de Giles. A luta estendeu-se até o golden score, com Pimenta em vantagem nas punições depois de forçar duas à adversária. Na berlinda, a britânica precisou abrir o jogo, mas Larissa mostrou que estava confiando nas suas técnicas e encaixou uma projeção, marcando o waza-ari que a levou às quartas de final.

Nessa fase, Larissa encarou a heroína local, Amandine Buchard, da França, que veio motivada pela eletrizante torcida francesa que lotou a Arena Champ de Mars. Pimenta não se intimidou e lutou de igual para igual, sendo melhor que Buchard em alguns momentos. Até que, ao entrar uma técnica, ficou ajoelhada ao chão e a francesa buscou uma transição puxando Larissa pela faixa até encaixar a imobilização de 10 segundos. Waza-ari e semifinal para Buchard.

Na repescagem, Larissa Pimenta enfrentou a alemã Mascha Ballhauss, que tem como treinadora a também brasileira, Érika Miranda, contemporânea de seleção da treinadora de Larissa em Paris, a campeã olímpica Sarah Menezes. A vitória veio na hora certa. Pimenta buscou uma projeção, derrubou a alemã e a finalizou com um estrangulamento, fazendo-a desistir do combate.

Na disputa de bronze, Larissa pegou outra adversária contra quem o retrospecto também não ajudava. A atual campeã mundial e duas vezes medalhista olímpica Odette Giufrida, da Itália. A luta seguiu até o golden score, com as duas empatadas em duas punições, até a italiana ser punida pela terceira vez por falta de combatividade.

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