Os cerca de 300 quilômetros entre Porto Alegre e Passo Fundo não são desculpa. O cansaço de longas viagens atravessando o interior, a falta de um patrocinador máster também não. Em 2015, o que mais valeu para a Bilhar Judô foi o esforço, que fez com que dois de seus atletas, Daniel Passos e Alexandre Meneghini, garantissem presença na Seleção Brasileira de base em 2016.
Diretor técnico da equipe, o professor Rodrigo Bilhar comemora os feitos na entrevista abaixo. “O ano foi muito bom”, exalta o sensei. Adiantando que 2016 será de muito treino e trabalho, ele projeta mais para o ano que começa: “Queremos crescer. E 2016 com certeza vai ser melhor que 2015”.
Leia a entrevista completa abaixo:
Professor, já se pode dizer que 2015 foi um ano histórico para a Bilhar Judô?
Com certeza. O ano foi muito bom e devido às conquistas do Daniel Passos – esse ano ele foi o atleta destaque da nossa equipe, pois foi campeão brasileiro sub-18 e, incrivelmente, campeão brasileiro Sênior e da seletiva nacional sub-21. E o Alexandre Meneghini teve uma temporada complicada com muitas lesões, mas chegou ao final do ano muito bem física e mentalmente. Foi campeão da seletiva nacional sub-18. Para nós, um motivo de orgulho, pois ano passado, no primeiro ano de sub-18 ele quebrou o braço na seletiva para o Campeonato Brasileiro Sub-21. Mostra que conseguiu dar a volta por cima.
Com o ótimo rendimento dos atletas neste ano, os desafios para 2016 crescem exponencialmente. Como se preparar?
É como eu falo para eles: chegar lá é difícil e se manter lá é mais difícil ainda. E com isso abortamos as férias dos dois, pois já no dia 7 o Daniel foi convocado para o Treinamento Internacional de Campo em Pindamonhangaba. Então pedi para os colegas de treino ajudassem o Daniel em um treinamento diário de um hora e meia, mesmo nas festa de final de ano. Nosso maior desafio no ano de 2016 continua sendo a parte financeira. Estamos nos articulando para captar patrocínio, mas não está fácil. Ainda assim acredito que vamos conseguir.
A Bilhar Judô provou que é possível o judô do interior ser grande. Comente como uma equipe distante centenas de quilômetros da Capital conseguiu classificar dois atletas à seleção e faturar títulos nacionais e internacionais.
Nós conseguimos esses resultados com muito trabalho e dedicação desta gurizada. Acredito também que eles foram moldados indo em todas as competições de madrugada, chegando 7h, pesando e lutando logo depois. Com isso não tem tempo ruim e onde muitas vezes os atletas da Região Metropolitana não têm essas dificuldades. E como eles vieram de projetos sociais também ajuda para que possam mudar de vida com o esporte.
O quanto as conquistas de Daniel Passos e Alexandre Meneghini já inspiram os colegas? Aumentou o movimento na academia?
Com certeza. A classificação dos dois foi muito importante para a nova geração e sendo eles ídolos próximos fica ainda melhor. O Alexandre já estava acostumado com o assédio dos menores, porque em 2013 ele foi bicampeão brasileiro e bi campeão Pan-Americano. Aí a gurizada pediu até autógrafos para ele.
Como foi o reconhecimento da dupla em Passo Fundo?
Muito boa. Fizemos entrevista no rádio, na RBS TV, a jornais. Foi muito legal. Fomos conversar com o prefeito da cidade, que também reconheceu o feito dos dois.
Para 2016, qual a principal meta da Bilhar Judô?
Títulos nacionais e internacionais. Mas estamos montando um cronograma de treinamentos físico, técnico e tático, guardando as devidas proporções como clube grande. Para que eles possam render cada vez mais. E assim os colegas de treino também crescem, pois não podemos chegar ao final de 2016 com apenas dois atletas. Queremos crescer. E 2016 com certeza vai ser melhor que 2015. Se Deus quiser.