Intercâmbio, inclusão e tecnologia também marcam a 1ª Copa RS Internacional

O Ginásio Poliesportivo da Unilasalle foi palco de um sem fim de histórias ao longo do último fim de semana, durante a realização da 1ª Copa RS Internacional. Enquanto dentro dos tatames, mais de 900 atletas davam tudo de si por um lugar ao pódio, no entorno, uma quantidade enorme de pessoas também se esforçava para entregar e desfrutar o que o evento podia proporcionar.

Caso, por exemplo, do sensei Leandro Vaz. Uruguaio, morador de Montevidéu, que comandou uma delegação de mais de 20 atletas no torneio. Eles rodaram os mais de 800 quilômetros desde a capital uruguaia para competir no torneio da Federação Gaúcha de Judô. Um esforço perfeitamente justificável, conforme o professor.

“Para nós, o campeonato é muito bom. A experiência para os atletas é bastante positiva, porque no Uruguai há poucos torneios, comparados com o eventos que têm aqui”, disse. Em abril, ele e uma delegação de judocas uruguaios participaram da Super Copa Bagé. A participação não foi apenas decisiva para a tomada de decisão de lutar na Copa RS Internacional, como motivante, pois o grupo cresceu na comparação com o evento anterior.

Sensei Vaz viajou mais de 800 quilômetros com a delegação uruguaia

O time uruguaio foi formado por atletas de diversas categorias, mas a maioria jovens. Segundo Vaz, agora abre-se uma nova perspectiva para eles: “A gente trouxe para que eles possam conhecer a magnitude do evento”, contou. “Sem falar que aqui eles veem muita gente, como um bicampeão mundial João Derly, um Alex Pombo e uma Maria Portela. É muito motivante.”

Cruzar com nomes como Derly, Pombo e Portela também foi um fator destacado pelo professor Felipe Vasconcelos, da Associação Brasileira de Judô Inclusivo. “Para os atletas do judô inclusivo, estar com atletas que são referência faz com que eles se sintam próximos e acolhidos”, destacou. “Nossa sociedade ainda não está preparada para trabalhar a inclusão. E o judô é um esporte em potencial nesta chave que vira para os alunos, na transformação social.”

O professor rasgou elogios à estrutura disponibilizada aos atletas. “O evento foi maravilhoso e parabenizamos a Federação Gaúcha de Judô”, afirmou. “O Rio Grande do Sul está sempre incentivando atletas com deficiência e promovendo a inclusão. Estamos aqui com atletas com deficiência intelectual, física, auditiva, autistas e com síndrome de Down. Todos numa estrutura de alto nível.”

Felipe Vasconcelos destacou papel da FGJ na integração social de atletas com deficiência

Falando em estrutura, uma das novidades da 1ª Copa RS Internacional foi a transmissão das lutas ao vivo pelo YouTube. As imagens disponibilizadas foram as mesmas que os árbitros tinham acesso. Nos bastidores, Luis Vilanueva foi um dos responsáveis pela implementação, a qual ele garantiu ser rara em nível nacional: “Não é uma realidade de muitas federações trabalhar com esse número de áreas em eventos”, comentou. A Copa tinha nove áreas de luta.

“Foi um desafio tecnológico e precisamos ter uma rede de computadores muito bem estruturada para manter o sistema”, descreveu. “A Federação investiu bastante em equipamentos para poder gerar esses tráfego de imagens, além de contar com um excelente cabeamento. Isso vai fazer com que as imagens cheguem melhor tanto para árbitros, quanto para o público”, complementou.

A inclusão, por sinal, havia começado mesmo antes do hajimê da competição. Na véspera, uma clínica de arbitragem voltada ao judô para atletas com deficiência foi realizada em Canoas. Além de árbitros gaúchos, a clínica contou com cinco árbitros do Paraná, para trocas de experiências.

Vilanueva destacou que ação da FGJ é rara no Brasil

Além de representantes do judô gaúcho, paranaense e uruguaio, a 1ª Copa RS Internacional reuniu atletas de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais, e argentinos. Também abriu espaço para crianças, com o Festival, e atletas com deficiência, que participaram do judô for all. Após a primeira edição, a meta da gestão é incorporar o evento ao calendário anual da FGJ.

“Acredito que tivemos um evento histórico, que só possível a partir da contribuição e do esforço de muitas mãos, da montagem dos tatames à instalação de cabos elétricos. A Federação está agradecida por essa disposição de seus colaboradores, atletas, professores, estagiários e a todos que ajudaram a realização da 1ª Copa RS Internacional, que, claro, contou com apoio inestimável da Unilasalle e do Ginásio Poliesportivo”, destacou o presidente da FGJ, Luiz Bayard.

Presidente Bayard elogiou compromisso e disposição de todos os envolvidos para a realização da Copa
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