Não houve calorão ou feriado que impedisse o sucesso da primeira edição do curso de judô inclusivo promovido pela Federação Gaúcha de Judô e a Associação Brasileira de Judô Inclusivo (ABJI). Mais de sete dezenas de judocas lotaram o tatame do CETE no último dia 15 de novembro para um dia de aprendizado e intercâmbio de conhecimentos.
“Foi um momento especial e transformador, no qual os professores tiveram a oportunidade de conhecer e aprofundar-se na proposta do judô como uma ferramenta poderosa de inclusão”, avaliou o sensei Júlio César Duarte, da comissão técnica de Judô Inclusivo da FGJ. “A vivência proporcionou uma rica experiência de aprendizado e troca, trazendo reflexões e práticas significativas.”
A atividade foi dividida em dois módulos, um teórico e outro prático. No primeiro, os palestrantes da ABJI apresentaram conceitos essenciais, metodologias específicas, conhecimento científico e estratégias pedagógicas voltadas ao trabalho com alunos com diferentes tipos de deficiências, em um momento de verdadeira conscientização e aprimoramento profissional.
Na segunda parte, os professores formaram duplas com atletas com deficiência do projeto Judô, o Caminho da Inclusão da Associação Judoística do Rio Grande do Sul (Ajurgs). “A interação entre professores e alunos promoveu não apenas o desenvolvimento técnico, mas também uma conexão genuína, que despertou empatia e compreensão sobre a prática inclusiva”, destacou o sensei Júlio.
Com experiência de mais de uma década com o judô inclusivo no estado, o professor acredita que o curso irá potencializar a prática: “Essa experiência prática revelou a beleza do judô como um instrumento que vai além do esporte, capaz de derrubar barreiras, construir pontes e criar um ambiente de igualdade e respeito mútuo”, afirmou.
“A semente da inclusão foi plantada de forma significativa. O envolvimento dos professores, aliado à sensibilidade e à dedicação demonstradas, comprovou que a inclusão não é apenas um ideal, mas uma prática real e possível”, concluiu.
Professores empenhados
Um dos responsáveis pelo curso, o professor Felipe Vasconcellos, da ABJI, elogiou a turma formada em Porto Alegre. “Me chamou a atenção a vontade dos professores em estar participando. Foram dezenas de professores, de diferentes cidades que estiveram presentes”, destacou. “Eles ficaram muito felizes de ver não só a teoria, mas também a prática das intervenções.”
“Foi uma troca muito boa”, ressaltou o sensei, que disse já poder ter notado o aprendizado da turma. “Ao final de todo o processo, os professores fizeram uma avaliação. Cada um apresentou duas dinâmicas de aula. Foi muito legal o envolvimento deles.”