O Brasil encerrou sua participação no Campeonato Mundial de Judô, realizado em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, nesta sexta-feira, 24, com eliminação nas oitavas de final da competição por equipes mistas. Ellen Froner (70kg) e Giovanna Santos (+70kg) marcaram os pontos do Brasil na derrota de 4 a 2 para o Uzbequistão, que avançou às quartas.
Para esse Mundial por equipes, a poucos meses dos Jogos Olímpicos, a CBJ adotou a estratégia de poupar seus principais atletas, como Daniel Cargnin (73kg), Rafaela Silva (57kg), Rafael Macedo (90kg), Beatriz Souza (+78kg) e Rafael Silva “Baby” (+100kg), que serão os titulares em Paris.
Assim, a equipe foi escalada com Jéssica Lima (57kg), Ellen Froner (70kg), Giovanna Santos (+70kg), Michael Marcelino (73kg), Marcelo Gomes (90kg) e Rafael Buzacarini (+90kg) para o primeiro confronto. Luana Carvalho (70kg), Rafael Macedo (90kg) e Leonardo Gonçalves (+90kg) também estavam inscritos, mas não chegaram a ser escalados.
Já o time do Uzbequistão veio com alguns dos seus principais atletas e escalou o time com Diyora Keldiyorova (57kg), Gulnoza Matniyazova (70kg), Iriskhon Kurbanbaeva (+70kg), Murodjon Yuldoshev (73kg), Sharofiddin Boltaboev (90kg) e Alisher Yusupov (+90kg).
O confronto começou pelo peso médio feminino (70kg) e Ellen Froner logo colocou o Brasil em vantagem ao finalizar Gulnoza Matniyazova com uma chave de braço.
“Eu estava bastante focada e direcionada para como eu ia começar essa luta. Já tinha estudado essa adversária antes. Abrir a competição foi uma carga de adrenalina junto com a emoção de estar ali. A equipe adversária era forte, mas a gente estava preparado, muito forte também. Só que a gente está num Mundial, não tem equipe mais ou menos”, contou Ellen.
Na segunda luta, Marcelo Gomes (90kg) fez um combate equilibrado com Boltaboev, que conseguiu projetar o brasileiro no último segundo do tempo regulamentar e empatou.
Mas, o Brasil voltou à frente no placar com a vitória da peso pesado Giovanna Santos (+90kg), por ippon, sobre Iriskhon Kurbanbaeva.
“A gente sabia que ia ser uma luta dura, todo mundo focou 100% nos seus adversários. Fiquei muito feliz de conseguir fazer tudo que eu e os técnicos planejamos. Todo mundo estava muito empenhado ali dentro. Tenho certeza que todo mundo deu o seu máximo, porque representar o Brasil é isso, é força até o final”, disse Giovanna, que fez sua estreia em Mundiais lutando por equipes.
No +90kg, o Brasil apostou na velocidade de Rafael Buzacarini, meio-pesado, contra Alisher Yusupov, pesado, e quase deu certo. O uzbeque conseguiu um waza-ari, mas Bolo buscou o empate. Na sequência, tentou encaixar a transição para imobilizar o uzbeque, mas Yusupov inverteu a posição e imobilizou Buzacarini até o ippon, empatando em 2 a 2 no placar.
Jéssica Lima veio para o combate com Keldiyorova e não conseguiu superar a adversária, que marcou um waza-ari e forçou três punições à brasileira, colocando o Uzbequistão em vantagem pela primeira vez.
Com o 3 a 2 no placar, Michael Marcelino (73kg) entrou no tatame para manter o Brasil na disputa. Mas, o experiente Murodjon Yuldoshev projetou o brasileiro duas vezes (waza-awasete-ippon) e selou a vitória do Uzbequistão por 4 a 2 sobre o Brasil.
Com o fim do Mundial, o Brasil anotou como melhor resultado o quinto lugar de Daniel Cargnin (73kg), que perdeu na disputa de bronze para judoca da Mongólia, nas punições. Natasha Ferreira (48kg) e Larissa Pimenta (52kg) também chegaram ao bloco final e ficaram em sétimo lugar, parando na repescagem.
Dos objetivos relacionados ao ranqueamento olímpico, o Brasil sai desse Mundial com o seguinte saldo: classificou o ligeiro masculino 60kg diretamente, com o novato Michel Augusto, e aguarda a confirmação das cotas no 63kg, com Ketleyn Quadros, e no 48kg, com Natasha Ferreira. A única categoria que não tem mais chances de classificação à Paris é o 70kg, que não foi bem neste Mundial. Além deles, outros 10 judocas já estão garantidos em Paris.
Os medalhistas olímpicos e mundiais, Rafaela Silva (57kg), Mayra Aguiar (78kg) e Rafael Silva “Baby” (+100kg) não lutaram no Mundial de Abu Dhabi e seguem em preparação para os Jogos Olímpicos, já classificados diretamente pelo ranking. A lista final de todos os elegíveis à Paris será divulgada no dia 25 de junho pela Federação Internacional de Judô e o Brasil espera classificar até 13 atletas, sendo uma das maiores delegações entre os países participantes.
