Não que seja novidade, na verdade é até uma rotina. Mas a gente não deixa de estar muito feliz ao noticiar – mais uma vez – que Mayra Aguiar (78kg) é medalhista olímpica. Pela terceira vez. Pela terceira vez seguida, a gaúcha conquistou o bronze dos Jogos, agora em Tóquio.
Mayra, que já era a única brasileira com duas medalhas olímpicas, agora tem três. Bronze em Londres-2012, Rio-2016 e Tóquio-2020.
Rafael Buzacarini (100kg) também representou o Brasil na Nippon Budokan, mas caiu na estreia.
O bronze, desta vez, veio pelo caminho da superação. Mayra estreou de bye e, em 40 segundos, aplicou um ippon em Inbar Lanir, de Israel. Nas quartas, um confronto duríssimo com a atual campeã mundial, Anna-Maria Wagner, da Alemanha. A adversária levou a melhor no golden score, no detalhe. Só que avançou.
Se o sonhado ouro havia ficado para trás, à Mayra coube o caminho da repescagem. E para manter o caminho do pódio vivo, Mayra precisou, então, passar pela russa Aleksandra Babintseva, na repescagem. Levando vantagem nas trocas de pegadas, a brasileira conseguiu forçar três erros da russa que, por fim, levou uma punição por saída de área, o que garantiu Mayra na disputa de bronze.
A rival seria Hyunji Yoon, da Coreia do Sul, e veio das semifinais depois de perder, também nos shidos, para a francesa Madeleine Malonga. Mas, logos nos primeiros minutos de luta, Mayra se impôs e encaixou uma sequência de golpe com transição ao chão para imobilizar a coreana e garantir a 24ª medalha da história do judô brasileiro – terceira apenas com ela.
Choro de novo, mas agora de alegria
No dia anterior, o Brasil se comoveu com o choro de Maria Portela, eliminada após uma decisão polêmica da arbitragem. Agora o choro era de alegria: “Nunca chorei tanto. Estava chorando igual criança ali. É que está muito entalado. Tudo o que eu vivi, foi muito tempo de superação, uma atrás da outra. E, hoje, poder concretizar com uma medalha é muito importante para mim”, definiu a gaúcha.
Antes de desembarcar em Tóquio, Mayra superou uma série de lesões, inclusive uma cirurgia no joelho. Um esforço que valeu a pena: “É a maior conquista que eu já tive em toda a minha carreira. Por tudo o que aconteceu, tudo o que vivi, poder estar com isso concretizado é muito gostoso, está sendo muito bom”, celebrou.
Brasil conquista a 24ª medalha na modalidade, a sexta com o judô gaúcho
Modalidade que mais conquistou medalhas para o Brasil nos Jogos Olímpicos, o judô colocou a bandeira do país no pódio pela 24ª vez. Em seis oportunidades, com atletas que lutavam na Sogipa, em Porto Alegre. Mayra é a única a levar três vezes. Não que seja novidade essa notícia, mas digna do único adjetivo possível para ela: histórico!