Yuko Fujii é uma das principais referências de treinamento de judô no Brasil. Ex-treinadora da equipe inglesa e no Brasil há cinco anos, a técnica japonesa passou a semana em Porto Alegre, onde comandou oito atividades, tanto com atletas da Seleção, quanto com judocas que se interessaram em participar, em uma ação em parceria entre CBJ e FGJ.
E os judocas gaúchos deixaram uma impressão positiva na sensei: “Aqui no Sul, eu vi que os atletas são bem competitivos nos randoris, mas buscam o seu melhor judô”, destacou. “Estão querendo estudar sempre para melhorar o judô deles.”
Yuko percebeu o estilo gaúcho ao comentar se havia notado diferença com os treinos em São Paulo e no Rio de Janeiro, onde reside. “Em São Paulo, há um judô mais parecido com o japonês, acho que por causa da imigração japonesa lá. No Rio, é uma mistura de várias coisas. Tem competitividade, mas são criativos. Utilizam golpes que às vezes até eu não conheço. Fazem e fazem bem”, afirmou.
A busca pela inovação, pontuou, é uma característica marcante do judô brasileiro, conforme Yuko: “Sempre tenho que passar a minha ideia e sempre trocamos ideias. Temos mais tempo de falar e conversar, para definir objetivos, treinos”. A situação é diferente do Japão, onde a hierarquia acaba se fazendo mais presente: “Lá, eles buscam executar aquilo que peço sem questionamentos”.
A “fase ouro”
O último treino de Yuko na capital gaúcha foi destinado a judocas das categorias sub-13 e sub-15 e a seus treinadores, no dojô da Federação Gaúcha de Judô, no CETE. Segundo ela, esta é uma fase especial: “Quando eu tinha 13, 14 anos melhorei bastante minha parte técnica. Esta idade é a que chamo de ‘fase ouro’. É quando absorvem e melhoram muito rápido”.
O que também colabora para o desenvolvimento dos jovens é a possibilidade de convivência com grandes atletas. “Eles estão treinando e olhando atletas mais fortes”, destacou. “Ali, eles visualizam o seu sonho e futuro.”
