Pela oitava vez em nove edições, o judô do Rio Grande do Sul subiu ao pódio do Campeonato Mundial sênior. Nesta terça-feira, foi a vez de uma “gaúcha novata”, Érika Miranda. Há oito meses defendendo a Sogipa, a judoca conquistou sua quarta medalha em Mundiais em Budapeste, seu terceiro bronze.
Érika confirmou uma regularidade que já é marca de sua carreira, chegando à sua quarta disputa por medalhas consecutiva na competição. Prata no Mundial de 2013, no Rio, ela assegurou um bronze pela terceira vez seguida na Hungria (antes foram em Chelyabinsk-2014 e Astana-2015). Nesse meio tempo, ela ainda ficou em quinto lugar nos Jogos Olímpicos de 2016 e faturou o ouro nos Jogos Pan-Americanos do ano anterior.
Desta vez, o bronze veio na superação. Para conquistá-lo, Érika derrotou a atual campeã olímpica e bicampeã mundial, Majlinda Kelmendi, do Kosovo. Foi apenas a segunda vitória da sogipana contra a rival – que tem outras três vitórias no duelo.
“Esse bronze é especial”, garantiu Érika, pouco depois da conquista. Ela lembrou a queda nos Jogos do Rio e definiu o bronze como um momento de superação na carreira. “ Eu tive um desgosto exatamente um ano atrás nos Jogos Olímpicos do Rio e me desacreditei bastante”, admitiu.
Cinco lutas até o pódio
Logo antes, Érika havia superado outra atleta do Kosovo, Distria Krasniqi, na repescagem. Ao todo foram cinco lutas: Érika estreou em um duelo complicado contra a australiana Tinka Easton, já na segunda rodada. A sogipana precisou virar o combate. Depois de sofrer um waza-ari, a sogipana conseguiu imobilizar a adversária até o ippon.
Nas oitavas de final, Érika teve uma luta mais tranquila, conseguindo o ippon sobre Agata Perenc, da Polônia. Nas quartas, porém, a judoca teve pela frente Natsumi Tsunoda. A japonesa conseguiu superar a brasileira, fazendo a sogipana ir para a repescagem.
Sarah e Chibana ficam pelo caminho
Sarah Menezes e Charles Chibana também lutaram nesta manhã, mas não avançaram às disputas por medalha. Sarah estreou com vitória por ippon sobre a alemã Nieke Nordmeyer, mas caiu nas oitavas, também por ippon, para a japonesa campeão mundial Ai Shishime. Chibana também estreou com vitória por um waza-ari contra Azamat Mukanov, mas parou na segunda rodada diante do francês Kilian Leblouche.
Na quarta-feira, o Brasil será representado pela campeã olímpica Rafaela Silva (57kg) e por Marcelo Contini (73kg). As preliminares começam às 5h e as finais serão a partir das 11h, pelo horário de Brasília.
Oito medalhas em 12 anos (e contando)
Com a conquista de Érika, já são oito as medalhas da Sogipa em Campeonatos Mundiais sênior, todas alcançadas desde o inesquecível Mundial do Cairo, em 2005, quando João Derly tornou-se o primeiro brasileiro a ser campeão do mundo.
Desde então, só passaram batido o Mundial de Roterdã, em 2009 e o de 2015, em Astana. No Rio-2007, João Derly faturou o bimundial e Tiago Camilo foi campeão com sete ippons em sete lutas. Em Tóquio, três anos depois, Mayra Aguiar chegou a sua primeira final, ficando com a prata. Em Paris-2011 e Rio-2013, Mayra foi bronze. Em Chelyabinski-2014, Mayra faturou o título. O somatório ainda pode aumentar nesta semana, com Maria Portela e Mayra Aguiar.
Não se perdendo nas contas, então, são quatro ouros, uma prata e três bronzes do judô gaúcho, representado em todas essas ocasiões por judocas da Sogipa.