O primeiro ano de gestão do presidente César Cação à frente da Federação Gaúcha de Judô teve um balanço positivo, conforme o próprio dirigente. Além de ver o judô gaúcho pela terceira vez no pódio olímpico, sob sua gestão, atletas do Estado mantiveram a rotina de conquistas nacionais e internacionais na base, com presença de judocas do interior do Estado.
Mas se a temporada passada foi boa, 2017 requer bastante atenção, alertou o presidente da FGJ. Isso porque mudaram tanto as regras das lutas do judô quanto as de classificação à Seleção Brasileira. E, em meio ao “crescimento parelho” de atletas do interior e de Porto Alegre, Cação sugeriu muito estudo das novas regras e dedicação desde o início do ano, principalmente pelo fato de o Campeonato Estadual valer pontos no ranking nacional, o que fará a principal competição do ano passar de dezembro para o primeiro semestre.
Nesta entrevista, Cação faz um balanço técnico e administrativo do seu primeiro ano à frente da FGJ e projeta os desafios de 2017:
Como o senhor avalia o seu primeiro ano na presidência da FGJ? Sob ponto de vista de estrutura e organização, o que o senhor destaca deste ano?
Foi muito bom. Em termos de estrutura e organização, o principal que fizemos foi a FGJ começar a pagar o ProFut, para botar as contas em dia com o governo federal. E estamos trabalhando muito para resolver a dívida com o governo estadual. Mas com o federal a gente resolveu e está sendo pago em dia há um ano, o que dá credibilidade à Federação. A organização das competições foi muito acertada ao longo dos muitos eventos do ano, cumprindo horários. Neste ponto foi muito bom e a tendência é melhorar. Foi um ano bom.
E em termos de resultados?
Excepcional. Uma medalha olímpica, com o bronze da Mayra Aguiar, além de vários títulos nacionais e internacionais, entre diversos clubes: Europeu, Sul-Americano, Pan-Americano. Acho que está a contento. A gente sempre espera mais, mas acho que estamos no caminho certo.
O judô gaúcho subiu no pódio olímpico pela terceira vez consecutiva em 2016 e teve atletas de diferentes equipes, tanto de Porto Alegre quanto do interior, chegando a pódios em torneios nacionais e internacionais. Pode-se dizer que foi um ano em que todos cresceram juntos?
Isso prova um crescimento parelho do judô gaúcho. Antigamente era sempre na Capital que haviam os destaques e principais títulos. Hoje é bem diferente, com o interior crescendo junto com os da Capital, fazendo frente aos atletas de Porto Alegre e disputando competições ao lado.
Em 2017 algumas regras vão mudar, tanto no critério de convocação para a Seleção quanto nas próprias regras de pontuação do judô. Qual sua recomendação a atletas e professores quanto a essas alterações?
Para 2017 a CBJ mudou várias coisas. Acho que inclusive a própria regra da arbitragem esse ano sofreu alterações bem fortes. O principal de tudo é atletas e técnicos estarem atentos a essas mudanças para não sofrerem consequências nas competições. Tem que procurar se informar, saber quem está bem por dentro, procurar a Federação, a arbitragem da FGJ, para que não ocorram problemas que possam prejudicar atletas e clubes, especialmente fora do Estado. O principal de tudo é tanto atleta quanto técnico estarem bem informados para não serem prejudicados.
Neste ano, também, o Estadual será antecipado como parte desta adaptação às novas normas. O senhor faz alguma recomendação especial para os professores já pensando neste planejamento?
Na mudança de regra, o próprio Estadual vai sofrer alterações, porque ele vai fazer parte do ranking nacional. O atleta precisará dele para poder competir fora e fazer ranqueamento. Então, acho que temos que estar atentos e preparar bem para o Estadual. Lembrando que o Estadual já não será mais no fim do ano. Geralmente quando chegava a época dele, o atleta estava super bem preparado, porque já tinha passado o ano todo treinando e competindo. Este ano vai ser agora, já no primeiro semestre. O que vai precisar é uma dedicação maior no primeiro semestre, para participar e poder ir bem no Campeonato Estadual.