O presidente da Federação Gaúcha de Judô, César Cação, assistiu de perto todos os cinco dias do judô nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. A experiência acumulada no Rio de Janeiro, segundo ele, pode em parte ser aplicada no Rio Grande do Sul, principalmente no que se refere à pontualidade na questão logística, além do estudo das novas técnicas utilizadas dentro do tatame.
“Para árbitros, técnicos e atletas, o importante é conseguir detectar a direção que o judô vem tomando, que tipo de técnicas que estão sendo usadas, qual a tendência das técnicas hoje”, afirmou. “Isso é importante: o treinador detectar qual a tendência utilizada no mundo inteiro e perceber em que direção o judô está indo.”
Cação recomendou à comunidade judoística assistir aos confrontos. Se não pôde ao vivo, ao menos pela internet – muitas das lutas estão disponíveis no site judobase.org. “Por mim, todos os técnicos, atletas e árbitros deveriam ir. Tu vês atletas lutando, com técnicas que vemos pouco aqui, vês em que nível está a arbitragem. Seria importante”, apontou.
Em termos de organização, o dirigente citou a pontualidade do evento como algo a ser buscado nos torneios no Estado: “O que temos aplicar aqui é a organização que tinha lá, tudo muito organizado com horário”, disse. “A organização me impressionou, pois, mesmo com aquela multidão presente”, destacou, salientando a popularidade do judô: “A Arena Carioca 2 estar sempre lotada caracteriza a divulgação do judô. Mostra que o judô é um esporte de muita aceitação no Brasil”, sentenciou.
Alto nível generalizado
E não apenas no Brasil, fato é a distribuição de medalhas no Rio de Janeiro. “A gente observou que as medalhas foram distribuídas a muitos países, alguns que nunca tinham ganhado. O que significa que o judô se pulverizou pelo mundo inteiro. Melhorou o nível técnico”, atestou.
O presidente da FGJ comparou o fato de outros países terem subido a uma situação que já ocorreu no Brasil anos atrás, nas seletivas estaduais. “Antes, a gente costumava se preocupar mais com os atletas de São Paulo nos Campeonatos Brasileiros. Hoje não. Temos que ficar atentos em todos os combates, seja da onde for o adversário, porque o nível cresceu no Brasil”.
O alto nível mais generalizado, segundo o dirigente, impediu até o Brasil de chegar mais vezes ao pódio: “Claro que a gente esperava mais medalhas, mas não foi uma decepção. A CBJ fez um trabalho perfeito, contratou uma comissão técnica de altíssimo nível, com trabalho extremamente qualificado”.
Para Cação, a Olimpíada também deixa uma lição à Seleção Brasileira: “Fica um alerta para fazermos ainda mais forte adiante, porque tem gente mordendo nossos calcanhares”.