O Brasil voltou ao lugar mais alto do pódio nesta segunda-feira, 8 de agosto. Oriunda de um projeto social, a carioca da Cidade de Deus, Rafaela Silva, faturou o ouro na categoria leve, tornando-se a primeira brasileira a ser campeã mundial e olímpica.
Foi a primeira medalha do Brasil no judô, o esporte que mais conquistou pódios olímpicos para o país, nos Jogos do Rio de Janeiro. A modalidade retoma as lutas nesta terça-feira, com o peso meio-médio. Mariana Silva (63kg) e Victor Penalber (81kg) serão os representantes do Brasil.
Lutando em casa, Rafaela começou com tudo: ippon com 45 segundos de luta sobre a alemã Miryam Roper. E ela manteve o embalo no segundo confronto, com a sul-coreana Jandi Kim, vencendo com um waza-ari de vantagem.
As quartas reservaram para ela o reencontro com a húngara Hedvig Karakas, para quem havia perdido em Londres-2012. No Rio, entretanto, o resultado foi outro. Novamente com um waza-ari Rafaela carimbou o passaporte para a semifinal.
Em seguida, a carioca encarou Corina Caprioriu, da Romênia, num duelo de desempate. Até então, elas tinham se enfrentado seis vezes, com três vitórias para cada. Com apoio da torcida, Rafaela conseguiu um novo waza-ari, mas com ares mais dramáticos. Apenas no golden score a brasileira pontuou. Com mais de três minutos de tempo-extra, Rafaela foi atacada, mas conseguiu o contragolpe e derrubou a rival.
A final foi contra a mongol Sumiya Dorjsuren, contra quem até então Rafaela havia perdido quatro dos cinco confrontos. No mais importante, porém, a vitória veio. Com um waza-ari ainda no começo, ela segurou o ímpeto da adversária até o cronometro zerar e, aí sim, ser liberada para correr para o abraço da família, que estava ali perto, na torcida.