Já está quase na hora. A dois dias do primeiro hajimê do Campeonato Mundial sub-21, os detalhes a serem acertados para a competição são mínimos. O judô gaúcho terá cinco representantes no torneio, que neste ano será realizado em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. Uma participação expressiva, que corresponde a 25% da delegação da Seleção Brasileira na competição, que ocorre de sexta-feira até a próxima terça.
Antônio Carlos Pereira, o Kiko, diretor técnico da Oi/Sogipa, clube no qual treinam Aléxia Castilhos, Lucas Rembrandt, Daniel Cargnin, Tiago Pinho e João Cesarino, o otimismo antes da competição é respaldado pelo trabalho desenvolvido. “Tínhamos convicção que eles seriam convocados”, diz ele, que vê o quinteto – hoje esperança para o Mundial sub-21 – ser moldado para os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020.
Abaixo, a entrevista com Kiko sobre o Mundial sub-21
Poucas vezes o judô gaúcho esteve tão forte para um Mundial sub-21, com cinco atletas participando, todos com chances reais de medalha. Por que isso acontece agora?
Acredito que seja um processo de uma equipe de alto rendimento forte que a Sogipa conta. Isso faz com que este trabalho surta efeitos práticos na classe sub-21.
Ainda dá tempo para um bom desempenho agora valer uma vaga na Seleção principal em pleno ano olímpico ou acreditas que as vagas para o Rio-2016 já estão fechadas?
Acredito que um processo não tem nada a ver com o outro. Estes atletas serão preparados para 2020, em Tóquio. Haja visto a convocação do atleta Daniel Cargnin para o Grand Slam de Abu Dhabi pela seleção sênior, na semana seguinte ao Mundial.
Mesmo que a convocação seja recente, todos os cinco já tinham a ideia de participar do Mundial, como isso influenciou na preparação deles ao longo desta temporada?
Foi totalmente planejado, o Campeonato Mundial. Nós, da comissão técnica do clube, tínhamos a convicção absoluta que eles estavam confirmados na competição.
Além da preparação física e técnica, há a preparação psicológica. Como isso foi trabalhado? Estar todos os dias ao lado de Mayra Aguiar, Maria Portela e Felipe Kitadai gera pressão ou colabora nos treinamentos?
Com certeza colabora e cria um ciclo virtuoso onde trabalho é a fonte do resultado. No aspecto emocional foi muito importante a participação deles em competições internacionais ao longo deste ano e em temporadas anteriores. E não só competindo. Pouco tempo atrás eles passaram um período treinando no Japão, o que é um privilégio para qualquer judoca e colabora na preparação.
Quais os pontos fortes de cada um dos atletas que vão lutar em Abu Dhabi?
Alexia: experiência e uma bela envergadura;
Lucas: velocidade e um tokui waza forte;
Tiago: ataques de chão ao mesmo nível de ataque em pé;
Daniel: excelente condição física e excelente ritmo de luta;
João Marcos: teve um importante ganho de força.