Depois de concentrarem na sede da CBJ, no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, e de acertarem os últimos detalhes para a viagem – como a costura de patches e backnumbers nos quimonos -, os 18 atletas que vão defender o Brasil no Mundial Chelyabinsk 2014 e a comissão técnica partiram nesta quarta-feira para a França para o período de aclimatação antes da competição. Eles ficarão treinando no clube Saint Genevieve, um dos mais tradicionais do país, até o próximo dia 21 quando embarcam para a Rússia.
O torneio começa no dia 25 com as disputas do superligeiro e se encerra no dia 31 com a competição por equipes. O objetivo do Brasil já foi traçado pela gestão de alto rendimento da CBJ: fazer quatro finais, repetir as cinco medalhas do último Mundial no feminino e superar o desempenho no masculino, quando apenas Rafael Silva ficou com a prata entre os pesados. Na disputa por equipes, a meta é chegar ao pódio tanto no masculino quanto no feminino.
“Traçamos uma meta ousada mas plausível. Não tenho dúvidas que o trabalho está sendo bem feito e que os atletas podem alcançar o objetivo. A aclimatação na França tem um pouco de superstição, já que toda vez que nos preparamos para uma competição lá, conseguimos ir bem”, disse Ney Wilson, lembrando o Mundial de Paris 2011 quando o país bateu o recorde de medalhas em Mundial e os Jogos de Londres 2012 quando o Brasil voltou a conquistar um ouro 20 anos depois e também bateu o recorde de medalhas conquistadas.
No último Mundial, o Brasil fez sua melhor campanha no número de medalhas. Foram seis medalhas, sendo uma delas a histórica medalha de ouro de Rafaela Silva, a primeira campeã mundial sênior do país. A carioca está em segundo lugar no ranking mundial, atrás apenas da alemã Myriam Roper.
“Eu acho que embarcar a equipe inteira é muito bom porque começa a formar já um grupo. A minha expectativa não pode ser outra: conquistar o ouro mais uma vez e continuar com o backnumber vermelho no quimono”, disse Rafaela Silva, citando a marca que diferencia os atuais campeões do mundo.
Já para Rafael Silva e para todos os outros atletas da categoria pesado, o objetivo é bater Teddy Riner, francês seis vezes campeão mundial individual. Ele ainda possui outro título do Campeonato Mundial com a equipe francesa. Em 2013, Rafael Silva e Riner se enfrentaram na final e o francês levou a melhor. Baby é o atual número um do ranking mas sabe que essa posição tem um benefício relativo.
“Chegar ao Mundial como primeiro do ranking é bom porque teoricamente pegamos uma chave mais fácil e, por exemplo, eu e o Riner só nos enfrentaríamos numa final. O objetivo, logicamente, é chegar novamente à decisão mas desta vez levar a melhor. Treino todos os dias para isso”, disse Rafael Silva, medalhista de bronze nos Jogos de Londres 2012.
Os integrantes da equipe são Felipe Kitadai (60kg), Eric Takabatake (60kg) e Sarah Menezes (48kg) que lutam no dia 25; Charles Chibana (66kg) e Érika Miranda que competem no segundo dia do Mundial; Alex Pombo (73kg), Rafaela Silva (57kg) e Ketleyn Quadros (57kg) que sobem ao tatame no dia 27; Victor Penalber (81kg) e Mariana Silva (63kg) que combatem no dia 28; Tiago Camilo (90kg), Bárbara Timo (70kg) e Mayra Aguiar (78kg) que entram em ação no dia 29; e, no último dia do Mundial Individual, lutam Luciano Correa (100kg), Rafael Silva (+100kg), David Moura (+100kg), Maria Suelen Altheman (+78kg) e Rochele Nunes (+78kg).
A comissão técnica é formada por Ney Wilson, gestor técnico de alto rendimento e chefe da delegação; os técnicos Rosicleia Campos, Luiz Shinohara e Mário Tsutsui; os médicos Rodrigo Rodarte e Mateus Saito; os fisioterapeutas Thiago Takara e Priscila Marques; a psicóloga Luciana Castelo Branco; a nutricionista Roberta Lima; o preparador físico Josué Moraes; o estrategista Leonardo Maturana e o assistente administrativo Bernardo Seabra.