Para os dois mais novos kodanshas do Rio Grande do Sul, senseis João Osório Ribeiro e Eliane Pintanel, a educação é um dos fatores fundamentais do judô. Com décadas de convivência e prática com o esporte, ambos professores foram promovidos no início do ano à nova graduação.
À época da promoção, a sensei Eliane ainda estava um tanto surpresa com a nova faixa na cintura. “Para mim foi uma honra”, conta. Ainda assim, para alcançar a kodansha todo um trabalho foi feito desde 2005. “Devagarinho fui trabalhando o currículo, me preparando e me empolgando cada vez mais. Fechou o ano passado e fui aprovada. Fiquei muito feliz com essa graduação.”
Eliane tornou-se a primeira mulher gaúcha kodansha. Homenageada no fim de maio pela Federação Gaúcha de Judô no fim de maio com a Copinha Kodanshas, ela diz que o contato entre mais graduados e iniciantes na modalidade é muito importante. “É muito bom as crianças conhecerem os kodanshas. As crianças precisam saber, porque o judô está muito competitivo”, afirma.
O fato de ser mulher, ressalta, tem uma grande simbologia no Estado. “Aqui no RS tudo é mais devagarinho. Mas a gente chega lá.”
Para Osório, a melhoria da infraestrutura contribui para o nível do judô
Já o professor Osório conta que já nem aguardava mais a promoção. “Foi uma agradável surpresa”, destaca ele, que define: “Foi um reconhecimento por um trabalho que a gente faz e tenta passar para os alunos”.
Com experiência de anos como sensei, ele salienta que visa primeiro a formação do aluno como pessoa e não como competidor. “O primeiro objetivo do judô não pode ser a competição, deve ser a educação. Professor não é ensinar determinadas técnicas, é ensinar o aluno a pensar. Assim como no colégio com uma disciplina. Ensinando o aluno a pensar ele vai embora”, afirma.
Conforme ele, a ampliação da infraestrutura será decisiva para elevar o nível do judô gaúcho. “Uma área maior é estímulo. Isso vai valorizar aqueles que são competidores, que vão se destacar, mas sem abrir mão daqueles que gostam de fazer a recreação deles”, diz ele, que elogiou o dojô da FGJ no CETE, onde anos atrás, antes da reforma do local, ele mesmo deu aula. “Aqui melhorou muito.”

Uma resposta
Parabéns ao novos kodanshas! Judô é isso aí. Vim de um estado onde temos Kodanshas desde a década de 80 com o Prof. Tadao Nagai, assim como uma das primeiras mulheres kodanshas, sensei Gemima Alves. É importante celebrar o crescimento do judô brasileiro. Sonho com o dia em que toda escola pública possibilite a prática do judô para seus alunos como aulas de educação física como fiz no Centro Interescolar Santos Dumont em Recife-PE.