Mayra: “Escutar o hino no lugar mais alto do pódio compensa todo o esforço”

Mayra Aguiar não tem do que reclamar do ano de 2010. Foi nessa temporada que ela saiu praticamente do zero para encerrar dezembro entre as 10 melhores judocas do mundo. Hoje, ela estaria classificada para os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. E é nesse embalo que ela quer seguir 2011, como revelou em entrevista à Revista da Sogipa, reproduzida abaixo.
Dona de seis medalhas internacionais em 2010, Mayra relembra como começou no judô e diz o que o esporte representa em sua vida, além, claro, da sensação de defender o Brasil nos mais diferentes lugares do planeta.
Revista da Sogipa – Quando foi que tu iniciaste no judô?
Mayra Aguiar – “Conheci o judô aos seis anos de idade. Foi por influência do meu pai que praticava karatê. Também pratiquei outros esportes como atletismo, ginástica olímpica e até mesmo ballet. Mas me apaixonei foi pelo judô.”
RS – E quando tu percebeste que podia te tornar uma profissional do judô?
Mayra – “Acho que foi depois dos Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro. Tinha muita mídia envolvida e também porque o meu primeiro patrocínio veio nessa época.”
RS – Como é a tua rotina diária?
Mayra – “Faço dois treinos por dia. Um pela manhã e o outro à noite. Durante a tarde eu estudo e descanso.”
RS – Qual foi a sensação de ser a primeira mulher brasileira a chegar a uma final feminina do Mundial sênior?
Mayra – “Na hora eu nem pensei nisso por causa de todo o calor da competição. Mas analisando agora, foi uma enorme conquista que eu vou levar para a toda a minha vida. Me sinto muito feliz e honrada por ser a primeira brasileira a disputar a final de um mundial.”
RS – Depois do Mundial, já começaram a te reconhecer na rua? Ou tu já estavas sendo reconhecida desde o Pan do Rio?
Mayra – “Desde o Pan algumas pessoas já me reconheciam. Foi muito engraçado porque aconteceu tudo muito rápido e eu não esperava toda essa repercussão tão depressa.”
RS – Quem são teus ídolos no judô? Alguém em quem se espelhar?
Mayra – “Muitos. Em casa o João Derly, que sempre me incentivou e me ajudou. Também me inspiro em judocas como Tiago Camilo, Flavio Canto, Leandro Guilheiro e Edinanci Silva.”
RS – E qual é a sensação de ser um ídolo?
Mayra – “É uma grande responsabilidade. Existem muitas crianças que te admiram e se espelham em ti, mas é muito bom esse carinho que eles passam.”
RS – O que o esporte proporcionou na tua vida?
Mayra – “Tudo. O esporte mudou minha vida. Graças ao esporte conheço muitos lugares do mundo, faço amigos e supero os meus limites a cada dia. Ele me fez ser a pessoa que eu sou hoje.”
RS – O fato de tu estar em um nível muito alto do judô e ser muito jovem, ajuda ou atrapalha? Por quê?
Mayra – “Tem seu lado bom e outro nem tão bom assim. Tenho que abrir mão de muita coisa. Controlar a alimentação, suportar muitas lesões, lidar com cobranças etc. Porém, escutar o hino nacional no lugar mais alto do pódio é o que compensa todo este esforço e faz tudo valer a pena.”
RS – Qual é o sentimento de ter a chance de disputar uma Olimpíada no Brasil?
Mayra – “Vai ser ótimo, tudo estando a seu favor, a torcida, o clima, a alimentação. É uma sensação muito boa poder disputar em casa.”
RS – Qual é o teu próximo objetivo no judô?
Mayra – “O foco é sempre olímpico, mas tem muitas competições antes e o trabalho feito agora vai dar o resultado lá na frente.”

• Pingue-pongue

Um filme: “A vida é bela”
Uma música: “Let’s get together”, do Youngblood
Um hobby: Ir á praia
Uma frase: “Trabalhe como se não precisasse do dinheiro, ame como se nunca tivesse sido magoado e dance como se ninguém tivesse observando.”
Um sonho: Uma medalha olímpica.
Um medo: A solidão
Um livro: O caçador de pipas