Falar no sensei Justo Noda é falar sobre uma instituição do judô não só cubano como mundial. Trata-se de um dos técnicos mais vencedores da história. Com a sua faixa preta 7º Dan na cintura, ele comanda campeões mundiais e medalhistas olímpicos da seleção de Cuba.
Desde a última semana, o professor e o técnico também multicampeão Ronaldo Veitia estão em Porto Alegre, comandando o Treinamento de Campo. O evento conta com a participação da equipe cubana e atletas gaúchos, numa realização da Federação Gaúcha de Judô e da Confederação Brasileira de Judô.
O período de treinos será encerrado com o Desafio Internacional, que será contra a equipe da Oi/Sogipa. Enquanto o dia não chega, o professor Justo Noda faz observações sobre Porto Alegre, uma cidade “com condições de se fazer uma preparação olímpica”.
Em uma conversa com a FGJ, ele defendeu mais intercâmbios entre os dois países e não só entre os sêniors, mas também com atletas das categorias da base também. O professor ainda deu a receita para ser um campeão. Confira a entrevista abaixo:
Federação Gaúcha de Judô: Como está sendo a recepção em Porto Alegre? Qual a impressão que a cidade deixa no senhor?
Justo Noda: Estamos agradecidos pelo convite. Aqui nos sentimos em casa. Estamos em um clube que tem todas as condições necessárias de uma preparação olímpica, inclusive. É uma cidade tranquila, aqui tem bons ginásios, tem boa pista (de atletismo), dá para regular bem a alimentação. Porto Alegre reúne todas as condições para se fazer uma boa preparação para a nossa equipe.
FGJ: Qual a importância do intercâmbio no treinamento?
Justo: Isso é muito importante. Acredito que devemos seguir aprofundando nisso e não somente nas categorias maiores, mas também entre os juvenis e mirins. É importante para ambos países. Há muitas coisas para se intercambiar.
FGJ: Como um dos técnicos mais vencedores da história de Cuba e do mundo, o que o senhor considera necessário para um atleta que está começando agora?
Justo: Creio que, pela minha experiência e meus anos de trabalho, primeiramente ele deve ter disciplina. O atleta tem que ser disciplinado. Ele tem que saber o objetivo que quer conseguir e por isso que a disciplina é fundamental.
FGJ: Quais as maiores diferenças que o senhor percebeu dos treinamentos entre Brasil e Cuba?
Justo: Acredito que são bastante similares. Na parte técnica de judô, é muito parecida, o handori e o tipo de trabalho desenvolvido. Talvez seja diferente na parte da preparação física. Em Cuba, não temos a figura do preparador físico. Acaba conosco mesmo, os treinadores.